Homem do leme que no mar plantas a Fé,
partes confiante na incerteza de voltar,
mudo de palavras na língua da maré,
temes calado o medo de quebrar.
Travas duras batalhas com o senhor dos mares,
comungas da presença com a sua prole,
nas redes exiges que alimente os teus pares,
mas com bravura a tua índole ele engole.
Vives do seu sangue arrojado pescador,
e na sua luta cravas o teu arpão,
morre preso no teu olhar aterrador,
não mais sentes o bater do seu coração.
Cansado da ceifa dormes nos braços da proa,
canta á lua a bela ninfa filha do mar,
cânticos á tua glória com pesar ela entoa,
e na calada da noite o teu sono vem velar...
Neusa Campos
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